sexta-feira, 19 de outubro de 2012

‎"queria fazer o mais lindo poema
mas que ele não me rasgasse tanto por dentro
que minhas entranhas não sentissem incômodos a
cada nova (fa)(pa)lavra 
nascendo-sangrando dentro de mim

a matéria talvez tenha sido inútil nos últimos tempos
para que poesia e poetas?
(des)caminhos por onde jorrar um não-ser infinito

calo o falo
com uma voz feminegrocêntrica pulsante
urgente
em meio a uma multidão miniaturizada
deixo que somente minha voz seja ouvida,
na casa que habito

que as ondas sonoras cheguem até onde
a palavra escrita não pode chegar."

v.l.